Aqui está reproduzido o livro "O Grande Conflito", ou "O Conflito dos Séculos", ou ainda "A Grande Controvérsia".

The Spirit of Prophecy - vol. IV:

The Great Controversy between Christ and Satan

From the Destruction of Jerusalem to the End of the Controversy. (1884)


Read here the summary of each chapter:http://oconflitodosseculos.blogspot.pt/2011/03/spirit-of-prophecy-vol-iv-conteudo-do.html


O Verdadeiro Nome do Criador e de Seu Filho

À Lei e ao Testemunho!: Este é o Meu Nome Eternamente

Interessante artigo que analisa qual é o verdadeiro nome do Altíssimo e a origem pagã de determinadas palavras a Ele aplicadas, assim como ao Seu Filho; por exemplo, Deus e Jesus. Esta foi mais uma nova verdade (http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2011/02/novas-verdades.html) que o Altíssimo nos fez compreender recentemente, e por isso determinadas palavras como as mencionadas acima se encontram nos capítulos publicados no blogue, pois na altura ainda não tinhamos conhecimento do assunto e agimos de acordo com a melhor luz que possuíamos, assim como a autora do livro: Ellen White.

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." Pv. 4:18

Relatos do passado que projectam luz no futuro

"O objetivo deste livro não consiste tanto em apresentar novas verdades concernentes às lutas dos tempos anteriores, como em aduzir fatos e princípios que têm sua relação com os acontecimentos vindouros. Contudo, encarados como uma parte do conflito entre as forças da luz e das trevas, vê-se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles projeta-se uma luz no futuro, iluminando a senda daqueles que, semelhantes aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo de todos os bens terrestres, para testificar "da Palavra do Altíssimo, e do testemunho de Yahushua, o Ungido (erradamente chamado Jesus Cristo)"." E.W.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

APÊNDICE

CAPÍTULO 3

NOTA 1: Títulos. - Em uma passagem que fez parte da lei canônica romana, o papa Inocêncio III declara que o pontífice romano é "o representante sobre a Terra, não de um mero homem, senão do próprio Deus"; e em uma interpretação da passagem se explica que isto é porque ele é o vigário de Cristo, que é o "mesmo Deus e o mesmo homem". (Ver Decretal D. Gregor. Pap. IX. lib. 1. de translat. Episc. tit. 7 c. 3. Corp. Jur. Canon. ed. Paris, 1612; tom. II Decretal. col. 205.) Os documentos que formavam as decretais foram reunidos por Graciano, que ensinava na Universidade de bologna, carta do ano 1140. Sua obra foi ampliada e reeditada pelo Papa Gregório IX, em edição de 1234. Outros documentos apareceram em anos sucessivos, de tempos a tempos, como as Extravagantes, incluídas pelo fim do século quinze. Todos eles, com o Decretum de Graciano, foram publicados como o Corpus Juris Caaonici em 1582. O Papa Pio X autorizou a codificação em lei canônica em 1904, e o código resultante entrou em vigor em 1918.

Em relação ao título - "Senhor Deus o Papa", ver uma interpretação nas Extravagantes do Papa João XXII, título 14, cap. 4, "Declaramus". Em uma edição de Antuérpia das Extravagantes datada de 1584, as palavras "Dominum Deem nastrum Papam" (Nosso Senhor Deus o Papa) ocorrem na coluna 153. Em uma edição de Paris, delude de 1612, ocorrem na coluna 140. Em várias edições publicadas desde 1612, a palavra "Deum" (Deus) foi omitida.

NOTA 2: Culto de lmagens. - "O culto de imagens ... foi uma das corrupções do cristianismo que se insinuaram na igreja furtivamente e quase sem serem notadas nem observadas. Esta corrupção, semelhante a outras heresias, não se desenvolveu de pronto, pois que em tal caso teria encontrado decidida censura e reprovação: aintes, começando sob um belo disfarce, tão gradualmente foi uma prática introduzida após outra em conexão com a mesma, que a igreja se tornou profundamente embebida no costume da idolatria, não somente sem qualquer oposição eficaz, mas quase sem qualquer decidida admoestação; quando finalmente fez um esforço para desarraigá-la, verificou-se que o mal estava muito profundamente fixo para se admitir a sua remoção . . . Deve ser atribuído à tendência idolátrica do coração humano, e à propensão deste para servir à criatura mais do que ao Criador . . .

"Imagens a quadros foram a princípio introduzidos nas igrejas, não para serem adorados, mas antes em lugar dos livros, a fim de darem instrução àqueles que não sabiam ler, ou excitar devoção no espírito de outros. Até que ponto corresponderam a tal propósito, é duvidoso; mas, concedendo, embora, que este fosse o caso por algum tempo, logo deixou de ser assim, e notou-se que os quadros e imagens obscureciam a mente dos ignorantes em vez de a esclarecer, degradavam a devoção do adorador em lugar de a exaltar. Assim é que, por mais que tivessem sido destinadas a dirigir a mente dos homens a Deus, acabaram por desviá-la dEle para o culto das coisas criadas." - J. Mendham, The Seventh General Council, the Second of Nicea, Introdução, págs. III-VI.

Quanto a um relato dos atos e decisões do Segundo Concílio de Nicéia, ano 787, convocado para estabelecer o culto às imagens, ver Baronius Annales Ecclesiastics, Vol. IX, págs. 391-407 (ed. de 1612 de Antuérpia); J. Mendham: The Seventh General Council, Gee Second of Nicea; Ed. Stillingfleet: Defence of the Discourse Concerning the Idolatry Practiced in the Church of Rome (Londres 1686); A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, segunda série, Vol. XIV, págs. 521-587 (Nova Iorque, 1900); C. J. Hefelé, Histoire den Conches, livro 18, cap. 1, sec. 332 a 333; cap. 2, sec. 345-352.

NOTA 3: Edito de Constantino. - A lei promulgada por Constantino a sete de março de 321, relativa a um dia de descanso, assim reza:

"Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro die é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo Céu." - Codex Justinianus, lib. 13, tit. 12, or. 2 (3).

"Descansem todos os juízes, o povo das cidades e os oficiais de todas as artes no venerável dia do Sol. Mas trabalhem livre e licitamente nas fainas agrícolas os estabelecidos nos campos, pois acontece com frequência qua em nenhum outro dia se deita mais convenientemente o grão aos sulcos e se plantam vides nas covas, a fim de que com a ocasião do momento não se perca o benefício concedido pela celestial providência." Código de justiniano, lib. 3, tit. 12, par. 2 (3) (na edição em latim e castelhano, por Gracie del Corral, intitulada Corpo no direito civil romano: tomo 4, pág. 333, Barcelona, 1892).

Além disco, o original latim se acha em J. I. v. Mosheim: Institutionem Historae Ecclesiasticae Antiquoris et Recenciores, sig. 4, parte 2, cap. 4, sec. 5, e em muitas outras obras.

Diz o Dicionário Enciclopédico Hisp. Amer., art. Domingo: "O imperador Constantino, no ano 321, foi o primeiro a ordenar a rigorosa observância do domingo, proibindo toda classe de negócios jurídicos, ocupações e trabalhos; unicamente se permitia aos lavradores que trabalhassem aos domingos nas fainas agrícolas, se o tempo fosse favorável. Uma lei posterior, do ano 425, proibiu a celebração de toda classe de representações teatrais e, afinal, no século VII aplicaram-se com todo o rigor, ao domingo cristão, as proibições do sábado judaico."

NOTA 4: Datas Proféticas - Princípio importante na interpretação profética, em relação ás profecias que têm que ver com tempo, é o princípio do dia-ano, segundo o qual um dia de tempo profético é contado como um ano de tempo histórico. Antes de entrarem os israelitas em Canaã, mandaram doze espias a espiarem a terra. Estiveram ausentes quarenta dies, e ao voltarem, os hebreus, assustados com o que disseram, recusaram-se a subir e possuir a Terra Prometida. O resultado foi uma sentença, passada pelo Senhor: "Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dies, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos." (Núm. 14:34.) Método semelhante de computar tempo futuro é indicado pelo profeta Ezequiel. Quarenta anos de punição por suas iniquidades aguardavam o reino de Judá. Disse o Senhor, mediante o profeta: "Quarenta dias te dei, cada dia por um ano." (Ezeq. 4:7.) Este princípio do dia-ano tem aplicação importante na interpretação do elemento-tempo, na profecia das "Duas mil e trezentas tardes e manhãs" (Dan. 8:14), e no período de 1260 dias, indicado de várias maneiras: "Um tempo, dois tempos e metade dum tempo" (Dan. 7:25); "quarenta e dois meses" (Apoc. 11:2; 13:5); "mil duzentos e sessenta dias" (Apoc. 11:3; 12:6); e "três dias e meio" (Apoc. 11:9).

NOTA 5: Escritos Forjados. - Entre os documentos que no presente se admitem geralmente como falsificações, a Doação de Gonstantino e as Decretais Pseudo-isidorianas são de primeira importância. 'Doação de Constantino' é o nome aplicado tradicionalmente, desde a última parte da Idade Média, a um documento que se diz ter sido endereçado por Constantino o Grande ao Papa Silvestre I, o qual se encontra primeiro num manuscrito de Paris (Codex: lat. 2777), datando provavelmente do princípio do século nove. Do século onze para cá tem sido usado como poderoso argumento em favor das pretensões papais, e consequentemente desde o século doze tem sido objeto de vigorosas controvérsias. Ao mesmo tempo, como torna possível considerar o papado como meio-termo entre o Império Romano original e o medieval, constituindo assim uma base teórica da continuidade do recebimento da lei romana na Idade Média, tem tido não pouca influência sobre a história secular." - New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge; vol. III, art. "Donation of Constantine", págs. 484 e 485. A teoria histórica apresentada na Doação é minuciosamente estudada em The Temporal Power of the Vicar of Jesus Christ, de Henry E. Cardinal Manning, Londres, 1862. Os argumentos da Doação são de tipo escolástico, e a possibilidade de ser um escrito forjado, só se mencionou quando surgiu a crítica histórica, no século quinze, contando-se Nicolau de Cusa entre os primeiros a concluir que Constantino jamais fizera semelhante doação. Lorenzo Valla, na Itália, produziu uma brilhante demonstração de sua espuriedade, em 1440. Ver Treatise of Lorenzo Valla on the Donation of Constantine (Nova Iorque, 1927). Por mais um século, porém, se manteve viva a crença na autenticidade da Doação e das Falsas Decretais. Por exemplo, Martinho Lutero a principio aceitou as decretais, mas logo disse a Eck: "Impugno essas decretais"; e a Spalatin: "Ele [o papa] em suas decretais corrompe e crucifica a Cristo, isto é, a verdade." Conclui-se que: 1) A Doação é um documento forjado; 2) que é obra de um homem ou um período; 3) seu forjador fez uso de documentos amigos; 4) sua criação originou-se entre os anos 752 a 778. Quanto aos católicos, abandonaram a defesa da autenticidade, desse documento com Baronius, Ecclesiastical Annals, em 1592. Citando fatos relativos à questão - quando e por quem foi forjada a Doação de Constantino, o Sr. Gosselin, diretor do Seminário de São Sulpício (Paris), diz:
"Posto que este documento seja inquestionavelmente espúrio, seria difícil determinar com precisão a data em que foi produzido. M. de Marca, Muratori, e outros ilustrados críticos, são de opinião que foi composto no oitavo século, antes do reinado de Carlos Magno. Muratori julga ainda provável que possa ter induzido aquele monarca e Pepino a serem tão generosos para com a Santa Sé." - Gosselin, Pouvoir des Papes ao Moyen Âge (Paris, 1845), pág. 717.
Os "falsos escritos" aos quais se refere o texto, abrangem também as Decretais Pseudo-isidorianas, juntamente com outras criações. Essas Decretais Pseudo-isidorianas são certas cartas fictícias, atribuídas a papas antigos, desde Clemente (A.D. 88-97), até Gregório o Grande (A.D. 590-­604), incorporadas numa coleção do século nove, que se diz ter sido feita por Isidoro Mercador. O nome "Decretais Pseudo-isidorianas" está em uso desde o aparecimento da crítica, no século quinze. Sobre a data das Decretais Pseudo-isidorianas, ver Mosheim em Historiae Ecclesasticas, liv. 3, século 9, parte 2, cap. 2, sec. 8. Conforme o Dr. Murdock tradutor, indica em nota à margem, o ilustrado historiador católico M. L'Abée Fleury, em sua Histoire Ecclesiastique, diz a respeito destas decretais que "elas se arrastaram para a luz perto do final do século VIII". Fleury, escrevendo perto do fim do século XVII, diz mais que essas falsas decretais foram consideradas autênticas durante o espaço de oitocentos anos; e foi com muita dificuldade que foram abandonadas no último século. É verdade que presentemente é difícil haver alguém, ainda que medianamente instruído nestes assuntos, que não reconheça que essas decretais são falsas." - Fleury, Histoire Ecclesiastique, vol. 9, pág. 446 (Paris, 1742). Ver também Gibbon: Histoire de la Décadense et de la Chute de L'Empire Romain, cap. 49, pág. 16 (Paris, 1828, vol. 9, págs. 319-323).

NOTA 6: Ditames de Hildebrarado (Gregório VII). - Ver Baronius, Annales Ecclesiastici, ano 1076 (ed. de Antuérpia, 1608, vol. XI, pág. 479). Um exemplar dos "Ditames", no original, pode encontrar-se também em Gieseler: Lehrbuch der Kirchengeschichte, período 3, cap. 1, sec. 47, nota e (3a edição, Bonn, 1832, vol. 2 B, págs. 6-8).


NOTA 7: Purgatório. - O Dr. José Faa Di Bruno assim define o purgatório: "O purgatório é um estado de sofrimento depois desta vida, no qual são detidas por algum tempo as almas que partem desta vida depois que seus pecados mortais foram perdoados quanto à mancha e culpa, a quanto à pena eterna que lhes era devida, mas que têm por causa daqueles pecados ainda alguma dívida de castigo temporal a pagar; bem assim as almas que deixam este mundo culpadas apenas de pecados veniais." - Catholic Belief, pág. 196 (edição 1884, imprimatur do arcebispo de Nova Iorque).

Ver também K. R. Hagenbach, Compendium of the History Doctrines, T. and T. Clark ed., Vol. I, págs. 234-237, 405 a 408; vol. II, págs. 135­-150, 308 e 309; Chas. Elliot, Delineation of Roman Catholicism, tomo II, cap. 12; Catholic Encyclopedia, art. "purgatory."

NOTA 8: Indulgências. - Para se ter uma história detalhada das doutrinas das indulgências, ver o Dicionário de Ciências Eclesiásticas, pelos Drs. Perujo e Angulo (Barcelona, 1883-1890); Carl Ullmann, Reformatoren vor der Reformation, vol. I, liv. 2, 259-307 (Hamburgo, ed. de 1841); M. Creighton, History of the Papacy, vol. V, págs. 56-64, 71; L. von Ranke; Deutsche Geschichte im Zeitalter der Reformation, liv. 2, cap. 1, par. 131, 132, 139-142, 153-155; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, cap. 13; H. C. Lea, A History of Auricular Confession and Indulgences; G. P. Fisher, História de la Reformación, cap. 4, par. 7.

Quanto aos efeitos da doutrina das indulgências durante o período da Reforma, ver um escrito do Dr. H. C. Lea, intitulado: As Indulgências na Espanha, publicado em Papers of the American Society of Church History, vol. I, págs. 129, 171. Quanto ao valor deste incidente histórico, diz o Dr. Lea, em seu parágrafo inicial: "Sem se inquietar com a controvérsia que se ferira entre Lutero e o Dr. Eck e Silvestre Prierias, a Espanha continuou tranquilamente a seguir pela trilha velha a batida, e nos fornece incontestáveis documentos oficiais que nos habilitam a examinar o assunto à pura luz da História."

NOTA 9: A Missa. - Acerca da doutrina da missa, ver a obra do Cardeal Wiseman: The Real Presence of the Body and Blood of Our Lord Jesus Christ in the Blessed Eucharist (A Presença Real do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo na Abençoada Eucaristia); também o Dicionário Enciclop. Hisp.-Amer., art. Eucaristia (último par.); Cânones e Decretos do Concílio de Trento, sess. 13, caps. 1-8; K. R. Hagenbach, Lehrbuch der Dogmengeschichte, vol. I, págs. 180-188, 331-336, e vol. 2, págs. 161-179 (2ª edição, Leipzig, 1827); J. Calvin, Institutes, liv. 4, cap. 17, 18; R. Hooker, Ecclesiastical Polity, liv. 5, cap. 67; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, caps. 4 e 5.

CAPÍTULO 4

NOTA 1: Versões Valdenses da Bíblia. - Quanto às primeiras traduções valdenses de porções da Bíblia, na lingua do povo comum, ver Townley, Ilustrations of Biblical Literature, vol. 1, cap. 10, par. 1-13; E. Pétavel, La Bible en France, cap. 2, par. 3, 4, 8-10, 13, 21, (ed. de Paris, 1864); G. H. Putnam, The Censorship of the Church of Rome, vol. II, cap. 2; M. Esposito, "Sur quelques manuscrits de l'ancienne littérature des Vaudois du Piemont", em Revu d'Historique Ecclésiastique (Louvain, 1951).

NOTA 2: Edito Contra os Valdenses. - Uma porção considerável do texto do edito papal expedido por Inocêncio VIII, em 1487, contra os valdenses (cujo original está na biblioteca da Universidade de Cambridge), encontra-se, em latim e em francês, na obra de J. Léger, Histoire des Eglises Vaudoises, vol. 2, cap. 2, págs. 8-10 (Leyde, 1669).

CAPÍTULO 5

NOTA 1: Indulgências. - Para se ter uma história detalhada das doutrinas das indulgências, ver o Dicionário de Ciências Eclesiásticas, pelos Drs. Perujo e Angulo (Barcelona, 1883-1890); Carl Ullmann, Reformatoren vor der Reformation, vol. I, liv. 2, 259-307 (Hamburgo, ed. de 1841); M. Creighton, History of the Papacy, vol. V, págs. 56-64, 71; L. von Ranke; Deutsche Geschichte im Zeitalter der Reformation, liv. 2, cap. 1, par. 131, 132, 139-142, 153-155; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, cap. 13; H. C. Lea, A History of Auricular Confession and Indulgences; G. P. Fisher, História de la Reformación, cap. 4, par. 7.

Quanto aos efeitos da doutrina das indulgências durante o período da Reforma, ver um escrito do Dr. H. C. Lea, intitulado: As Indulgências na Espanha, publicado em Papers of the American Society of Church History, vol. I, págs. 129, 171. Quanto ao valor deste incidente histórico, diz o Dr. Lea, em seu parágrafo inicial: "Sem se inquietar com a controvérsia que se ferira entre Lutero e o Dr. Eck e Silvestre Prierias, a Espanha continuou tranquilamente a seguir pela trilha velha a batida, e nos fornece incontestáveis documentos oficiais que nos habilitam a examinar o assunto à pura luz da História."

NOTA 2: Wycliffe. - Quanto ao texto original dos editos papais expedidos contra Wycliffe, com uma tradução inglesa, ver J. Foxe, Acts and Monuments, vol. II, págs. 4-12 (ed. de Pratt-Townsend, Londres, 1870). Ver também J. Lewis, Vida de Wycliffe, págs. 49-51, 305-314 (ed. de 1820); Lechler, Johann v. Wiclif and die Vorgeschichte der Reformation, cap. 5, sec. 2, (Leipzig, 1873); A. Neander, Allgemeine Geschichte der Christlichen Religion und Kirche, vol. 6, sec. 2, parte 1, par. 8 (págs. 276, 277, ed. de Hamburgo, 1852).

NOTA 3: Infalibilidade. - Sobre a doutrina da Infalibilidade, ver o Dic. de Ciências Eclesiásticas, por Perujo e Angulo; Geo. Salmon, The Infallibility of the Church; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 1, cap. 4; Cardeal Gibbons, The Faith of Our Fathers, cap. 7, 49ª ed., (1897).

CAPÍTULO 6

NOTA 1: Indulgências. - Para se ter uma história detalhada das doutrinas das indulgências, ver o Dicionário de Ciências Eclesiásticas, pelos Drs. Perujo e Angulo (Barcelona, 1883-1890); Carl Ullmann, Reformatoren vor der Reformation, vol. I, liv. 2, 259-307 (Hamburgo, ed. de 1841); M. Creighton, History of the Papacy, vol. V, págs. 56-64, 71; L. von Ranke; Deutsche Geschichte im Zeitalter der Reformation, liv. 2, cap. 1, par. 131, 132, 139-142, 153-155; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, cap. 13; H. C. Lea, A History of Auricular Confession and Indulgences; G. P. Fisher, História de la Reformación, cap. 4, par. 7.

Quanto aos efeitos da doutrina das indulgências durante o período da Reforma, ver um escrito do Dr. H. C. Lea, intitulado: As Indulgências na Espanha, publicado em Papers of the American Society of Church History, vol. I, págs. 129, 171. Quanto ao valor deste incidente histórico, diz o Dr. Lea, em seu parágrafo inicial: "Sem se inquietar com a controvérsia que se ferira entre Lutero e o Dr. Eck e Silvestre Prierias, a Espanha continuou tranquilamente a seguir pela trilha velha a batida, e nos fornece incontestáveis documentos oficiais que nos habilitam a examinar o assunto à pura luz da História."

NOTA 2: Concílio de Constança. - Quanto à convocação do Concílio de Constança pelo papa João XXIII, a instâncias do imperador Sigismundo, ver Mosheim, Histoire Ecclésiastique, liv. 3, século 15, parte 2, cap. 2, sec. 3, pág. 414 (ed. de Maestricht, 1776); A. Bower, History of the Popes, vol. VI I, págs. 141-143, (ed. de Londres, 1766); Neander, Allgemeine Geschichte der Christlichen Religion and Kirche, vol. 6, sec. 1.

CAPÍTULO 7

NOTA: Indulgências. - Para se ter uma história detalhada das doutrinas das indulgências, ver o Dicionário de Ciências Eclesiásticas, pelos Drs. Perujo e Angulo (Barcelona, 1883-1890); Carl Ullmann, Reformatoren vor der Reformation, vol. I, liv. 2, 259-307 (Hamburgo, ed. de 1841); M. Creighton, History of the Papacy, vol. V, págs. 56-64, 71; L. von Ranke; Deutsche Geschichte im Zeitalter der Reformation, liv. 2, cap. 1, par. 131, 132, 139-142, 153-155; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, cap. 13; H. C. Lea, A History of Auricular Confession and Indulgences; G. P. Fisher, História de la Reformación, cap. 4, par. 7.

Quanto aos efeitos da doutrina das indulgências durante o período da Reforma, ver um escrito do Dr. H. C. Lea, intitulado: As Indulgências na Espanha, publicado em Papers of the American Society of Church History, vol. I, págs. 129, 171. Quanto ao valor deste incidente histórico, diz o Dr. Lea, em seu parágrafo inicial: "Sem se inquietar com a controvérsia que se ferira entre Lutero e o Dr. Eck e Silvestre Prierias, a Espanha continuou tranquilamente a seguir pela trilha velha a batida, e nos fornece incontestáveis documentos oficiais que nos habilitam a examinar o assunto à pura luz da História."

CAPÍTULO 12

NOTA 1: Jesuitismo. - Quanto a uma declaração relativa à origem, princípios e intuitos da "Sociedade de Jesus," conforme os esboçam os membros desta ordem, ver a obra intitulada: Concerning Jesuits, editada pelo Rev. John Gerald, S. J., e publicada em Londres em 1902, pela Sociedade de Verdade Católica. Nesta obra se diz que "a mola mestra de toda a organização da Sociedade é um espírito de inteira obediência:"
"'Que cada um se persuada' escreve Santo Inácio, 'de que os que vivem sob obediência devem consentir que sejam movidos e dirigidos pela Providência divina, mediante seus superiores, precisamente como se fossem cadáveres, que consentem em ser levados para qualquer parte e ser tratados de qualquer maneira, ou como o bordão de um velho, que serve àquele que o segura em sua mão de qualquer maneira qua o deseja.'
"Esta absoluta submissão é enobrecida por seu motivo, e deveria ser, continua o . . . fundador, 'pronta, gozosa e perseverante;' . . . o religioso obediente cumpre alegremente aquilo que seus superiores lhe confiaram para o bem geral, certo de que desta maneira corresponde verdadeiramente com a vontade de Deus." - Condessa R. Courson, em Concerning Jesuits, pág. 6.
Ver também L. E. Dupin, Histoire de L'Eglise en Abregé, século XVI, cap. 33, (ed. de Paris, 1732, vol. IV, págs. 218-222; Mosheim, Histoire Ecclesiastique, século XVI, sec. 3, parte 1, cap. 1, par. 10 (incluindo notas 5 e 6); Enciclopédia Britânica (nona ed.) art. Jesuítas; C. Paroissien, The Principles of the Jesuits, Developed in a Collection of Extracts (Londres, 1860, uma primeira edição apareceu em 1839); Ch. Liskenn, Resumé de l'Histoire des Jesuits (Paris, 1825); Michelet Quinet, Des Jésuites (Paris, 1843); 'Alembart, Des Jésuits, ouvre precedé d'un précis des Doctrines et de l'histoire de cette société' (Paris, 1821).

NOTA 2: A Inquisição. - Ver Juan Antonio Llorente, História Crítica de la Inquisición de España; Limborch, Historic Inquisitiones, the Inquisition in the Middle Ages; vol. 1, liv. 1, cap. 21, 17-21; L. von Ranke, Die Rómischen Päpste, vol. 2, cap. 6.

CAPÍTULO 15

NOTA 1: Causas da Revolução Francesa. - Quanto à conseqüência de grande alcance da rejeição da Bíblia, e da religião da Bíblia, pelo povo da França, ver H. von Sybel, Histoire de l'Europe Pendant la Révolution Française, liv. 5, cap. 1, par. 8-12, (Paris, 1870, vol. 2, págs. 5-8); T. Buckle, Histoire de la Civilisation en Angleterre, cap. 8, 12 (Paris, 1865); J. G. Lorimer, An Historical Sketch of the Protestant Church in France, cap. 8, par. 6 e 7.

NOTA 2: Datas Proféticas. - Os fatos históricos e cronológicos em conexão com os períodos de Daniel 8 e 9, incluindo muitas evidências que indubitavelmente indicam o ano 457 A. C. como o tempo exato donde começar a contar esses períodos, têm sido claramente esboçados por muitos estudiosos das profecias. Ver Stanley Leathes: Old Testament Prophecy, conferências 10 e 11 (Conferência de Warburton, para 1876-1880); W. Good, Fulfilled Prophecy, sermão 10, incluindo nota A (Conferência de Warburton pare 1854-1858); T. Thom, Chronology of Prophecy, págs. 26-106 (ed. de Londres, 1848); Sir Isaac Newton, Observations upon the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John, cap. 10 (ed. de Londres 1733, págs. 128-143); Uriah Smith, Thoughts on Daniel and the Revelation, parte 1, cap. 8 e 9. Quanto à data da crucifixão ver William Hales, Analysis of Chronology, vol. 1, págs. 94-101; vol. III, págs. 164-258 (2ª ed. de Londres, 1830).

NOTA 3: Esforços Para Suprimir e Destruir a Bíblia. - Com referência aos prolongados esforços na França para suprimir a Bíblia, particularmente versões na língua do povo comum, diz Gaussen: "O Decreto de Tolosa (França), de 1229... instituía o tribunal da Inquisição contra todos os leitores da Bíblia na língua do povo, . . . foi um edito de fogo, morticínio e devastação. Em seus capítulos III, IV, V e VI, ordenava a destruição total das casas, dos mais humildes lugares de esconderijo, mesmo dos retiros subterrâneos de homens convictos de possuírem as Escrituras; que fossem perseguidos até à floresta e cavernas da Terra; e mesmo os que os abrigassem fossem severamente punidos." Como resultado a Bíblia foi "proibida por toda parte; ela desapareceu, por assim dizer, debaixo da Terra; desceu ao túmulo." Esses decretos foram "seguidos durante quinhentos anos por inumeráveis castigos, nos quais o sangue dos santos correu como água." - L. Gaussen, Le Canon des Saintes Ecritures, parte 2, liv. 2, cap. 7, págs. 153 e 154; sec. 5, prop. 561; e cap. 13, sec. 2, prop. 641, par. 2, pág. 243 (ed. de Lausane, 1860).

Quanto aos esforços especiais feitos para destruir Bíblias durante o Reinado do Terror, em fìns de 1793, diz o Dr. Lorimer: "Onde quer que se pudesse encontrar uma Bíblia, podia-se dizer ser ela perseguida de morte; tanto assim que vários respeitáveis comentaristas interpretam a matança das duas testemunhas no capítulo 11 do Apocalipse, como a supressão geral, sim, a destruição do Velho e Novo Testamentos na França neste período." - J. G. Lorimer, An Historical Sketch of the Protestant Church in France, cap. 8, par. 4 e 5.

Ver também G. P. Fisher: The Reformation, cap. 15, par. 16; E. Pétavel, La Bible en France, cap. 2, par. 3, 8-10, 13, 21, (ed. de Paris, 1864); G. H. Putnam, The Censorship of the Church of Rome, vol. 1, cap. 4, (ed. de 1906, págs. 97, 99, 101, 102); vol. 2, cap. 2, (págs. 15:19); S. Smiles, The Huguenots: Their Settlements, Churches and Industries, etc.; cap. 1, par. 32 e 34; cap. 2, par. 6, cap. 3, par. 14; cap. 18, par. 5, (com nota); S. Smiles, The Huguenots in France after de Revocation, cap. 2, par. 8; cap. 10, par. 30; cap. 12, par. 2-4; J. A. Wylie, History of Protestantism, liv. 22, cap. 6, par. 3.

NOTA 4: O Reinado do Terror. - Quanto à responsabilidade dos dirigentes desencaminhados, tanto na Igreja como no Estado, e particularrnente na Igreja, pelas cenas da Revolução Francesa, ver W. M. Sloane: The French Revolution and Religious Reform, prefácio, e cap. 2, par. 1, 2, e 10-14; P. Shaff, em Papers of the America Society of Church History, vol. 1, págs. 38 e 44; S. Smiles, The Huguenots after the Revocation; J. G. Lorimer, An Historical Sketch of the Protestant Church of France, cap. 8, par. 6 e 7; A. Galton, Church and State in France, 1300-1907, cap. 3, sec. 2 (ed. de Londres, 1907); Sir J. Stephen, Lectures on the History of French, lecture 16, par. 60.

NOTA 5: As Massas e as Classes Privilegiadas. - Sobre as condições sociais que prevaleciam na França antes do período da Revolução, ver H. von Holst, Lowell Lectures on the French Revolution, conferência 1; e também Taine, Ancien Régime; A. Young, Voyages in France.

NOTA 6: Retribuição. - Para mais pormenores concernentes ao caráter retribuidor da Revolução Francesa, vede T. H. Gill, The Papal Drama, liv. 10; E. de Pressensé, L'Eglise et la Revolution Française, liv. 3, cap. 1.

NOTA 7: Atrocidades do Reinado do Terror.- Ver M. A. Thiers, History of the French Revolution, liv 1, cap. 29 (ed. de Barcelona, 1892, págs. 499-524); F. A. Mignet, Histoire de la Revolution Française, cap. 9, pár. 1 (2ª. ed., París, 1827) ; A. Alison, History of Europe, 1789-1815, liv 1, cap. 14 (ed. de Nova Iorque, 1872, liv 1, pág. 293- 312).

NOTA 8: A Circulação das Escrituras. - Em 1804, segundo o Sr. Guilherme Canton, da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, "todas as Biblias existentes no mundo, manuscritas ou impressas, abrangendo todas as versões, em todos os países, eram avaliadas em não muito mais de quatro milhões ... . As várias línguas nas quais esses quatro milhões eram escritos, incluindo idiomas desaparecidos, tais como o Moeso-Gótico de Úlfilas, e o Anglo-Saxônio de Beda, admite-se que são em número de cinqüenta." - Que é a Sociedade Bíblica? pág. 23 (ed. rev. de 1904).

Cem anos mais tarde, no fim do seu primeiro século de existência, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira pôde relatar a distribuição total de Bíblias, Testamentos, ou porções dos mesmos, feita unicamente por aquela sociedade, na cifra de 186.680.101 -- total este que, em 1910, cresceu para mais de 220 milhões de exemplares, em quase quatrocentas línguas.

A estes totais devem ser acrescentados os milhões de exemplares das Escrituras ou partes delas, em muitas línguas, distribuídos por outras sociedades bíblicas, e pelas várias agências comerciais. A Sociedade Bíblica Americana, a maior das filhas da Sociedade Britânica-mãe, durante os primeiros noventa e quatro anos de sua obra, relatou a distribuição total de 87.296.182 exemplarcs. (Ver o Relatório da Sociedade Bíblica, de junho de 1910.) Segundo cálculos conservadores, aproximadamente seis milhões de exemplares da Bíblia são anualmente impressos por casas comerciais, os quais, acrescentados à expedição combinada das sociedades bíblicas, dão uma circulação anual total de mais de quinze milhões de exemplares. [Hoje sobe a trinta milhões esse número.] As Escrituras, no todo ou em parte, são impressas em mais de mil línguas [1939], e a obra de tradução em novas línguas e dialetos está ainda prosseguindo com zelo infatigável.

NOTA 9: Missões Estrangeiras. - O Dr. G. P. Fisher, em um capítulo sobre Missões Cristãs, em sua obra History of the Christian Church, esboça os princípios de um movimento missionário, que, nos últimos anos do século XVIII, inaugurou uma era brilhante de atividade missionária, era que, na história das missões, apenas é menos notável do que o primeiro Carey como um de seus primeiros missionários. Carey embarcou para a Índia, e ali com auxílio de outros membros da mesma sociedade, fundou a missão de Serampore." Em 1795 foi fundada a Sociedade Missionária de Londres; em 1799, foi formada "a organização que em 1812 se tornou a dos séculos cristãos." Em 1792, "foi fundada a Sociedade Batista, tendo Sociedade Missionária da Igreja." Logo depois foi fundada a Sociedade Missionária Wesleyana.

"Enquanto a atividade missionária crescia na Grã-Bretanha, os cristãos da América estavam-se animando de idêntico zelo." Em 1812, foi fundada a junta Americana dos Correspondentes para as Missões Estrangeiras; e em 1814, a União Missionária Batista Americana. Adoniran Judson, um dos primeiros missionários a sair da América, embarcou para Calcutá, em 1812, chegando à Birmânia em julho de 1813. Em 1837, formou-se a junta Presbiteriana. (Ver Fisher, History of the Christian Church, período 9, cap. 7, par. 3:25; O Raiar de um Novo Dia, cap. X.)

O Dr. A. T. Pierson, em artigo publicado na Missionary Review of the World (Revista Missionária do Mundo), de Janeiro de 1910, declara: "Há meio século, a China e a Mandchúria, o Japão e a Coréia, a Turquia e a Arábia, e mesmo o vasto continente da África, estavam a dormir, quais nações ermitoas, encerradas nas salas de longa reclusão e exclusão. A Ásia Central era relativamente inexplorada, assim como a África Central. Em muitos países não se disputava a prolongada ocupação de Satanás, e seu império não era molestado. Os países papais eram tão intolerantes como os pagãos; a Itália e a Espanha prendiam um homem por ousar vender uma Bíblia, ou pregar o Evangelho. A França era praticamente incrédula e a Alemanha impregnada de racionalismo; e em grande parte do campo missionário as portas estavam cerradas e fechadas por uma exclusão mais ou menos rígida, e pelo sistema de castas. Agora, as mudanças, de todo lado, são tão notáveis e radicais que, para alguém que subitamente saísse desse período médio do último século . . . o mundo não seria reconhecível. Aquele que tem as chaves das portas tem estado a abri-las, franqueando todas as terras aos mensageiros da Cruz. Mesmo na Cidade Eterna, onde há um século atrás, o visitante tinha de deixar sua Bíblia fora dos muros, há capelas protestantes às dezenas, e é livre a circulação das Escrituras."

CAPÍTULO 18


NOTAS 1 e 2: Datas Proféticas. - Os fatos históricos e cronológicos em conexão com os períodos de Daniel 8 e 9, incluindo muitas evidências que indubitavelmente indicam o ano 457 A. C. como o tempo exato donde começar a contar esses períodos, têm sido claramente esboçados por muitos estudiosos das profecias. Ver Stanley Leathes: Old Testament Prophecy, conferências 10 e 11 (Conferência de Warburton, para 1876-1880); W. Good, Fulfilled Prophecy, sermão 10, incluindo nota A (Conferência de Warburton pare 1854-1858); T. Thom, Chronology of Prophecy, págs. 26-106 (ed. de Londres, 1848); Sir Isaac Newton, Observations upon the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John, cap. 10 (ed. de Londres 1733, págs. 128-143); Uriah Smith, Thoughts on Daniel and the Revelation, parte 1, cap. 8 e 9. Quanto à data da crucifixão ver William Hales, Analysis of Chronology, vol. 1, págs. 94-101; vol. III, págs. 164-258 (2ª ed. de Londres, 1830).

NOTA 3: Queda do Império Otomano. - Para mais pormenores quarto à anunciada queda do Império Otomano durante o mês de agosto de 1840, ver J. Litch, The Probability of the Second Coming of Christ About A. D. 1843 (publicado em junho de 1838); J. Litch, An Address to the Clergy (publicado na primavera de 1840; uma segunda edição com dados históricos em apoio da exatidão dos cálculos anteriores sobre o período profético que se estende até à queda do Império Otomano, foi publicada em 1841); o Advent Shield and Review, vol. 1, (1844), n°1, artigo 2, págs. 56, 57, 59-61; J. N. Loughborough, The Great Advent Movement, págs. 129-132, (ed. de 1905); J. Litch, artigo no Signs of the Times, and Expositor of Prophecy (1° de agosto de 1840). Ver também artigo no Signs of the Times, and Expositor of Prophecy, de 1° de fevereiro de 1841.

NOTA 4: Privando o Povo da Bíblia. - Quanto à atitude da Igreja Católica Romana, em relação à circulação das Escrituras Sagradas, em versões vernáculas, entre os leigos, ver Dicionário de Ciências Eclesiásticas e Catholic Encyclopedia, ver art. Biblia; também G. P. Fischer, The Reformation, cap. 15, par. 16, (ed. de 1873, págs. 530-532); Cardeal Gibbon, The Faith of Our Fathers, cap. 8 (49ª edição, 1897, págs. 98-117); Dowling, History of Romanism, liv. 7, cap. 2, sec. 14, a liv. 9, cap. 3, sec. 24-27 (ed. de 1871, págs. 491-496 e 621-625); L. F. Bungener, History of the Council of Trent, págs. 101-110 (2ª ed. Edinburgo, trad. do teólogo Scott); G.H. Putnam, Books and their Makers During the Middle Ages, vol. I, parte 2, cap. 2, par. 49, 54-56.

CAPÍTULO 20



NOTA 1: Vestes Para a Ascensão. - A história de que os adventistas fizeram roupas com que ascender a "encontrar o Senhor nos ares", foi inventada pelos que desejavam vituperar a causa. Foi divulgada tão habilmente, que muitos creram nisso; porém, um inquérito cuidadoso demonstrou sua falsidade. Durante muitos anos tem sido oferecido um grande prémio para a prova de que um caso tal haja ocorrido, mas a prova não foi apresentada. Pessoa alguma que amava o aparecimento do Salvador era tão ignorante quanto aos ensinos das Escrituras que supusesse serem necessárias para aquela ocasião roupas por eles feitas. A única veste que os santos necessitam para se encontrarem com o Senhor, é a justiça de Cristo. Ver Apocalipse 19:8.

NOTA 2: A Cronologia das Profecias. - O Dr. Geo. Bush, professor de Hebraico e Literatura Oriental na Universidade da cidade de Nova Iorque, em carta dirigida ao Sr. Miller, e publicada no Advent Herald, and Signs of the Times Reporter, em Boston, a 6 e 13 de março de 1844, fez algumas importantes declarações relatives a seu cálculo dos tempos proféticos. Escreveu o Sr. Bush:

"Tampouco se devem fazer objeções, como eu compreendo, a vós e a vossos amigos, de que tenhais dedicado muito tempo e atenção ao estudo da cronologia da profecia, e tenhais trabalhado muito para determinar a data inicial e final de seus grandes Períodos. Se tais períodos são efetivamente dados pelo Espírito Santo nos livros proféticos, foi sem dúvida com o desígnio de que devessem ser estudados, e, provavelmente bem compreendidos, no fim; não se deve acusar de presunçoso insensato pessoa alguma que reverentemente faça uma tentativa para tal . . . . Tomando a palavra dia como um termo profético significando ano, creio que sois apoiados pela mais sólida exegese, bem como fortalecidos pelos nomes de Mede, Sir Isaac Newton, Kirby, Scott, Keith, e um exército de outros, que há muito chegaram a conclusões idênticas à vossa sobre este ponto. Todos concordam em que os principais períodos mencionados por Daniel e S. João terminam de fato aproximadamente nessa era do mundo, a seria uma lógica estranha a que vos convencesse de heresia por manter as opiniões que tão vividamente ressaltam nos escritos daqueles eminentes teólogos." "Vossos resultados neste campo de investigação não me parecem estranhos a ponto de afetar qualquer dos grandes interesses da verdade e do dever." "Vosso erro, como eu entendo, é em outro sentido que não a vossa cronologia." "Vós vos enganastes inteiramente quanto à natureza dos acontecimentos que deveriam ocorrer ao fim destes períodos. Esta a causa primordial da irritação causada por vossas exposições."

CAPÍTULO 22



NOTA: Datas Proféticas. - Os fatos históricos e cronológicos em conexão com os períodos de Daniel 8 e 9, incluindo muitas evidências que indubitavelmente indicam o ano 457 A. C. como o tempo exato donde começar a contar esses períodos, têm sido claramente esboçados por muitos estudiosos das profecias. Ver Stanley Leathes: Old Testament Prophecy, conferências 10 e 11 (Conferência de Warburton, para 1876-1880); W. Good, Fulfilled Prophecy, sermão 10, incluindo nota A (Conferência de Warburton pare 1854-1858); T. Thom, Chronology of Prophecy, págs. 26-106 (ed. de Londres, 1848); Sir Isaac Newton, Observations upon the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John, cap. 10 (ed. de Londres 1733, págs. 128-143); Uriah Smith, Thoughts on Daniel and the Revelation, parte 1, cap. 8 e 9. Quanto à data da crucifixão ver William Hales, Analysis of Chronology, vol. 1, págs. 94-101; vol. III, págs. 164-258 (2ª ed. de Londres, 1830).

CAPÍTULO 25


NOTA 1: Uma Tríplice Mensagem. - Em Apocalipse 14:6 e 7 é predita a proclamação da mensagem do primeiro anjo. E continua, a seguir, o profeta: "E outro anjo seguiu dizendo: Caiu, caiu Babilônia ... . E seguiu-os o terceiro anjo." A palavra aqui traduzida "seguiu" significa, em construções semelhantes à do texto, "ir juntamente." Liddell e Scott assim a traduzem: "Seguir alguém," "ir em seguida, ou com alguém." Robinson diz: "Seguir, ir juntamente, acompanhar alguém." É a mesma palavra que se emprega em S. Marcos 4:24 - Jesus "foi com ele, e seguia-O uma grande multidão, que O apertava." É também empregada a respeito dos cento e quarenta e quatro mil remidos, onde se diz: "Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai." Apocalipse 14:4. Em ambos estes lugares é evidente que a idéia que se tem em vista transmitir é a de ir juntamente, em companhia. Assim, em I Coríntios 10:4, onde lemos acerca dos filhos de Israel que "bebiam da pedra espiritual que os seguia," a palavra "seguia" é traduzida da mesma palavra grega. Disto aprendemos que a idéia em Apaalipse 14:8 e 9 não é simplesmente que o segundo e terceiro anjos seguiram o primeiro sob o ponto de vista do tempo, mas que com ele foram. As três mensagens não são senão uma tríplice mensagem. São três unicamente na ordem em que surgem. Tendo sido proclamadas, prosseguem juntas e são inseparáveis.

NOTA 2: Supremacia dos Bispos de Roma. - Algumas das principais circunstâncias ligadas com a assunção de supremacia pelos bispos de Roma, estão esboçadas em Mosheim, Histoire Ecclesiastique, século 2, parte 2, cap. 4, sec. 9-11. Ver também G. B. Fisher, History of the Christian Church, par. 2, cap. 2, par. 11-17, (ed. de 1890, págs. 56-58); Gieseler, Lehrbuch der Kirchengeschichte, per. 1, div. 3, cap. 4, sec. 66, par. 3, incluindo nota h (3ª ed. de Bonn, 1831, vol. 1, págs. 290-294); J. N. Andrews, History of the Sabbath, págs. 276-279 (3ª ed. revista).

CAPÍTULO 35


NOTA 1: Edito de Constantino. - A lei promulgada por Constantino a sete de março de 321, relativa a um dia de descanso, assim reza:

"Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro die é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo Céu." - Codex Justinianus, lib. 13, tit. 12, or. 2 (3).

"Descansem todos os juízes, o povo das cidades e os oficiais de todas as artes no venerável dia do Sol. Mas trabalhem livre e licitamente nas fainas agrícolas os estabelecidos nos campos, pois acontece com frequência qua em nenhum outro dia se deita mais convenientemente o grão aos sulcos e se plantam vides nas covas, a fim de que com a ocasião do momento não se perca o benefício concedido pela celestial providência." Código de Justiniano, lib. 3, tit. 12, par. 2 (3) (na edição em latim e castelhano, por Gracie del Corral, intitulada Corpo no direito civil romano: tomo 4, pág. 333, Barcelona, 1892).

Além disco, o original latim se acha em J. I. v. Mosheim: Institutionem Historae Ecclesiasticae Antiquoris et Recenciores, sig. 4, parte 2, cap. 4, sec. 5, e em muitas outras obras.

Diz o Dicionário Enciclopédico Hisp. Amer., art. Domingo: "O imperador Constantino, no ano 321, foi o primeiro a ordenar a rigorosa observância do domingo, proibindo toda classe de negócios jurídicos, ocupações e trabalhos; unicamente se permitia aos lavradores que trabalhassem aos domingos nas fainas agrícolas, se o tempo fosse favorável. Uma lei posterior, do ano 425, proibiu a celebração de toda classe de representações teatrais e, afinal, no século VII aplicaram-se com todo o rigor, ao domingo cristão, as proibições do sábado judaico."

NOTA 2: A Igreja da Abissínia. - Quanto à observância do sábado bíblico na Abissínia, ver o decano A. P. Stanley: Lectures on the History of the Eastern Church, conferência 1, par. 15, (ed. de Nova Iorque, 1862, págs. 96 e 97); Michael Geddes, Church History of Ethiopia, págs. 87, 88, 311, 312; Gibbon, Histoire de la Décadense et de la Chute de l'Empire Romain, cap. 47, par. 37-39; Samuel Gobat, Journal of Three Years Residence in Abyssinia, págs. 55-58, 83, 93, 97, 98 (ed. de Nova Iorque, 1850); A. H. Lews, A Critical History of the Sabbath and the Sunday in the Christian Church, págs. 208-215 (2ª ed. revista).

NOTA 3: Ditames de Hildebrarado (Gregório VII). - Ver Baronius, Annales Ecclesiastici, ano 1076 (ed. de Antuérpia, 1608, vol. XI, pág. 479). Um exemplar dos "Ditames", no original, pode encontrar-se também em Gieseler: Lehrbuch der Kirchengeschichte, período 3, cap. 1, sec. 47, nota e (3ª edição, Bonn, 1832, vol. 2 B, págs. 6-8).

CAP. 42 - A Controvérsia Terminada

Ao fim dos mil anos, Cristo volta novamente à Terra. É acompanhado pelo exército dos remidos, e seguido por um cortejo de anjos. Descendo com grande majestade, ordena aos ímpios mortos que ressuscitem para receber a condenação. Surgem estes como um grande exército, inumerável como a areia do mar. Que contraste com aqueles que ressurgiram na primeira ressurreição! Os justos estavam revestidos de imortal juventude e beleza. Os ímpios trazem os traços da doença e da morte.

Todos os olhares daquela vasta multidão se voltam para contemplar a glória do Filho de Deus. A uma voz, as hostes dos ímpios exclamam: "Bendito o que vem em nome do Senhor!" Não é o amor para com Jesus que inspira esta declaração. É a força da verdade que faz brotar involuntariamente essas palavras de seus lábios. Os ímpios saem da sepultura tais quais a ela baixaram, com a mesma inimizade contra Cristo, e com o mesmo espírito de rebelião. Não terão um novo tempo de graça no qual remediar os defeitos da vida passada. Para nada aproveitaria isso. Uma vida inteira de pecado não lhes abrandou o coração. Um segundo tempo de graça, se lhes fosse concedido, seria ocupado, como foi o primeiro, em se esquivarem aos preceitos de Deus e contra Ele incitarem rebelião.


Cristo desce sobre o Monte das Oliveiras, donde, depois de Sua ressurreição, ascendeu, e onde anjos repetiram a promessa de Sua volta. Diz o profeta: "Virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo." "E naquele dia estarão os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio, ... e haverá um vale muito grande." "O Senhor será Rei sobre toda a Terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o Seu nome." Zac. 14:5, 4 e 9. Descendo do Céu a Nova Jerusalém em seu deslumbrante resplandor, repousa sobre o lugar purificado e preparado para recebê-la, e Cristo, com Seu povo e os anjos, entram na santa cidade.


Agora Satanás se prepara para a última e grande luta pela supremacia. Enquanto despojado de seu poder e separado de sua obra de engano, o príncipe do mal se achava infeliz e abatido; mas, sendo ressuscitados os ímpios mortos, e vendo ele as vastas multidões a seu lado, revivem-lhe as esperanças, e decide-se a não render-se no grande conflito. Arregimentará sob sua bandeira todos os exércitos dos perdidos, e por meio deles se esforçará por executar seus planos. Os ímpios são cativos de Satanás. Rejeitando a Cristo, aceitaram o governo do chefe rebelde. Estão prontos para receber suas sugestões e executar-lhe as ordens. Contudo, fiel à sua astúcia original, ele não se reconhece como Satanás. Pretende ser o príncipe que é o legítimo dono do mundo, e cuja herança foi dele ilicitamente extorquida. Representa-se a si mesmo, ante seus súditos iludidos, como um redentor, assegurando-lhes que seu poder os tirou da sepultura, e que ele está prestes a resgatá-los da mais cruel tirania. Havendo sido removida a presença de Cristo, Satanás opera maravilhas para apoiar suas pretensões. Faz do fraco forte, e a todos inspira com seu próprio espírito e energia. Propõe-se guiá-los contra o acampamento dos santos e tomar posse da cidade de Deus. Com diabólica exultação aponta para os incontáveis milhões que ressuscitaram dos mortos, e declara que como seu guia é muito capaz de tomar a cidade, reavendo seu trono e reino.
Naquela vasta multidão há muitos que pertenceram à raça de grande longevidade que existiu antes do dilúvio; homens de estatura elevada e gigantesco intelecto, os quais, entregando-se ao domínio dos anjos caídos, dedicaram toda a sua habilidade e saber à exaltação própria; homens cujas maravilhosas obras de arte levaram o mundo a lhe idolatrar o gênio, mas cuja crueldade e invenções más, contaminando a Terra e desfigurando a imagem de Deus, fizeram-nO exterminá-los da face de Sua criação. Há reis e generais que venceram nações, homens valentes que nunca perderam batalha, guerreiros orgulhosos, ambiciosos, cuja aproximação fazia tremer os reinos. Na morte não experimentaram mudança alguma. Ao subirem da sepultura, retomam o fio de seus pensamentos exatamente onde ele cessou. São movidos pelo mesmo desejo de vencer, que os governava quando tombaram.


Satanás consulta seus anjos, e depois esses reis, vencedores e guerreiros poderosos. Olham para a força e número ao seu lado, e declaram que o exército dentro da cidade é pequeno em comparação com o seu, podendo ser vencido. Formulam seus planos para tomar posse das riquezas e glória da Nova Jerusalém. Todos imediatamente começam a preparar-se para a batalha. Hábeis artífices constroem petrechos de guerra. Chefes militares, famosos por seus êxitos, arregimentam em companhias e secções as multidões de homens aguerridos.
Finalmente é dada a ordem de avançar, e o inumerável exército se põe em movimento - exército tal como nunca foi constituído por conquistadores terrestres, tal como jamais poderiam igualar as forças combinadas de todas as eras, desde que a guerra existe sobre a Terra. Satanás, o mais forte dos guerreiros, toma a dianteira, e seus anjos unem as forças para esta luta final. Reis e guerreiros estão em seu séquito, e as multidões seguem em vastas companhias, cada qual sob as ordens de seu designado chefe. Com precisão militar as fileiras cerradas avançam pela superfície da Terra, quebrada e desigual, em direção à cidade de Deus. Por ordem de Jesus são fechadas as portas da Nova Jerusalém, e os exércitos de Satanás rodeiam a cidade, preparando-se para o assalto.
Agora Cristo de novo aparece à vista de Seus inimigos. Muito acima da cidade, sobre um fundamento de ouro polido, está um trono, alto e sublime. Sobre este trono assenta-Se o Filho de Deus, e em redor dEle estão os súditos de Seu reino. O poder e majestade de Cristo nenhuma língua os pode descrever, nem pena alguma retratar. A glória do Pai eterno envolve Seu Filho. O resplandor de Sua presença enche a cidade de Deus e estende-se para além das portas, inundando a Terra inteira com seu fulgor.
Mais próximo do trono estão os que já foram zelosos na causa de Satanás, mas que, arrancados como tições do fogo, seguiram seu Salvador com devoção profunda, intensa. Em seguida estão os que aperfeiçoaram um caráter cristão em meio de falsidade e incredulidade, os que honraram a lei de Deus quando o mundo cristão a declarava nula, e os milhões de todos os séculos que se tornaram mártires pela sua fé. E além está a "multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, ... trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos". Apoc. 7:9. Terminou a sua luta, a vitória está ganha. Correram no estádio e alcançaram o prêmio. O ramo de palmas em suas mãos é um símbolo de seu triunfo, as vestes brancas, um emblema da imaculada justiça de Cristo, a qual agora possuem.
Os resgatados entoam um cântico de louvor que ecoa repetidas vezes pelas abóbadas do Céu: "Salvação ao nosso Deus que está assentado no trono, e ao Cordeiro." E anjos e serafins unem sua voz em adoração. Tendo os remidos contemplado o poder e malignidade de Satanás, viram, como nunca dantes, que poder algum, a não ser o de Cristo, poderia tê-los feito vencedores. Em toda aquela resplendente multidão ninguém há que atribua a salvação a si mesmo, como se houvesse prevalecido pelo próprio poder e bondade. Nada se diz do que fizeram ou sofreram; antes, o motivo de cada cântico, a nota fundamental de toda antífona, é - Salvação ao nosso Deus, e ao Cordeiro.
Na presença dos habitantes da Terra e do Céu, reunidos, é efetuada a coroação final do Filho de Deus. E agora, investido de majestade e poder supremos, o Rei dos reis pronuncia a sentença sobre os rebeldes contra Seu governo, e executa justiça sobre aqueles que transgrediram Sua lei e oprimiram Seu povo. Diz o profeta de Deus: "Vi um grande trono branco, e O que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a Terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras." Apoc. 20:11 e 12.


Logo que se abrem os livros de registro e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles se tornam cônscios de todo pecado cometido. Vêem exatamente onde seus pés se desviaram do caminho da pureza e santidade, precisamente até onde o orgulho e rebelião os levaram na violação da lei de Deus. As sedutoras tentações que incentivaram na condescendência com o pecado, as bênçãos pervertidas, os mensageiros de Deus desprezados, as advertências rejeitadas, as ondas de misericórdia rebatidas pelo coração obstinado, impenitente - tudo aparece como que escrito com letras de fogo.


Por sobre o trono se revela a cruz; e semelhante a uma vista panorâmica aparecem as cenas da tentação e queda de Adão, e os passos sucessivos no grande plano para redimir os homens. O humilde nascimento do Salvador; Sua infância de simplicidade e obediência; Seu batismo no Jordão; o jejum e tentação no deserto; Seu ministério público, desvendando aos homens as mais preciosas bênçãos do Céu; os dias repletos de atos de amor e misericórdia, Suas noites de oração e vigília na solidão das montanhas; as tramas de inveja, ódio e maldade, com que eram retribuídos os Seus benefícios; a agonia terrível e misteriosa no Getsêmani, sob o peso esmagador dos pecados do mundo inteiro; Sua traição nas mãos da turba assassina; os tremendos acontecimentos daquela noite de horror - o Prisioneiro que não opunha resistência, abandonado por Seus discípulos mais amados, rudemente empurrado pelas ruas de Jerusalém; o Filho de Deus exultantemente exibido perante Anás, citado ao palácio do sumo sacerdote, ao tribunal de Pilatos, perante o covarde e cruel Herodes, escarnecido, insultado, torturado e condenado à morte - tudo é vividamente esboçado.
E agora, perante a multidão agitada, revelam-se as cenas finais - o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calvário, o Príncipe do Céu suspenso na cruz; os altivos sacerdotes e a plebe zombeteira a escarnecer de Sua agonia mortal, as trevas sobrenaturais; a Terra a palpitar, as pedras despedaçadas, as sepulturas abertas, assinalando o momento em que o Redentor do mundo rendeu a vida.


O terrível espetáculo aparece exatamente como foi. Satanás, seus anjos e súditos não têm poder para se desviarem do quadro que é a sua própria obra. Cada ator relembra a parte que desempenhou. Herodes, matando as inocentes crianças de Belém, a fim de que pudesse destruir o Rei de Israel; a vil Herodias, sobre cuja alma criminosa repousa o sangue de João Batista; o fraco Pilatos, subserviente às circunstâncias; os soldados zombadores; os sacerdotes e príncipes, e a multidão furiosa que clamou: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!" - todos contemplam a enormidade de seu crime. Em vão procuram ocultar-se da majestade divina de Seu rosto, mais resplandecente que o Sol, enquanto os remidos lançam suas coroas aos pés do Salvador, exclamando: "Ele morreu por mim!"
Entre a multidão resgatada acham-se os apóstolos de Cristo, o heróico Paulo, o ardoroso Pedro, o amado e amante João, e seus fiéis irmãos, e com estes o vasto exército dos mártires, ao passo que, fora dos muros, com tudo o que é vil e abominável, estão aqueles pelos quais foram perseguidos, presos e mortos. Ali está Nero, aquele monstro de crueldade e vício, contemplando a alegria e exaltação daqueles que torturara, e em cujas aflições extremas encontrara deleite satânico. Sua mãe ali está para testemunhar o resultado de sua própria obra; para ver como os maus traços de caráter transmitidos a seu filho, as paixões incentivadas e desenvolvidas por sua influência e exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o mundo estremecer.
Ali estão sacerdotes e prelados romanistas, que pretendiam ser embaixadores de Cristo e, no entanto, empregaram a tortura, a masmorra, a fogueira para dominar a consciência de Seu povo. Ali estão os orgulhosos pontífices que se exaltaram acima de Deus e pretenderam mudar a lei do Altíssimo. Aqueles pretensos pais da igreja têm uma conta a prestar a Deus, da qual muito desejariam livrar-se. Demasiado tarde chegam a ver que o Onisciente é zeloso de Sua lei, e que de nenhuma maneira terá por inocente o culpado. Aprendem agora que Cristo identifica Seu interesse com o de Seu povo sofredor; e sentem a força de Suas palavras: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mat. 25:40.


O mundo ímpio todo acha-se em julgamento perante o tribunal de Deus, acusado de alta traição contra o governo do Céu. Ninguém há para pleitear sua causa; estão sem desculpa; e a sentença de morte eterna é pronunciada contra eles.


É agora evidente a todos que o salário do pecado não é nobre independência e vida eterna, mas escravidão, ruína e morte. Os ímpios vêem o que perderam em virtude de sua vida de rebeldia. O peso eterno de glória mui excelente foi desprezado quando lhes foi oferecido; mas quão desejável agora se mostra! "Tudo isto", exclama a alma perdida, "eu poderia ter tido; mas preferi conservar estas coisas longe de mim. Oh! estranha presunção! Troquei a paz, a felicidade e a honra pela miséria, infâmia e desespero." Todos vêem que sua exclusão do Céu é justa. Por sua vida declararam: "Não queremos que este Jesus reine sobre nós."
Como que extasiados, os ímpios contemplam a coroação do Filho de Deus. Vêem em Suas mãos as tábuas da lei divina, os estatutos que desprezaram e transgrediram. Testemunham o irromper de admiração, transportes e adoração por parte dos salvos, e, ao propagar-se a onda de melodia sobre as multidões fora da cidade, todos, a uma, exclamam: "Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos" (Apoc. 15:3); e, prostrando-se, adoram o Príncipe da vida.


Satanás parece paralisado ao contemplar a glória e majestade de Cristo. Aquele que fora um querubim cobridor lembra-se donde caiu. Ele, um serafim resplandecente, "filho da alva" quão mudado, quão degradado! Do conselho onde tantas honras recebera, está para sempre excluído. Vê que agora um outro se encontra perto do Pai, velando Sua glória. Viu ser colocada a coroa sobre a cabeça de Cristo por um anjo de elevada estatura e presença majestosa, e sabe que a exaltada posição deste anjo poderia ter sido sua.


A memória recorda o lar de sua inocência e pureza, a paz e contentamento que eram seus até haver condescendido em murmurar contra Deus e ter inveja de Cristo. Suas acusações, sua rebelião, seus enganos para ganhar a simpatia e apoio dos anjos, sua obstinada persistência em não fazer esforços a fim de reabilitar-se quando Deus lhe teria concedido o perdão - tudo se lhe apresenta ao vivo. Revê sua obra entre os homens e seus resultados - a inimizade do homem para com seu semelhante, a terrível destruição de vidas, o surgimento e queda de reinos, a ruína de tronos, a longa sucessão de tumultos, conflitos e revoluções. Recorda-se de seus constantes esforços para se opor à obra de Cristo, e para rebaixar cada vez mais o homem. Vê que suas tramas infernais foram impotentes para destruir os que depositaram confiança em Jesus. Olhando Satanás para o seu reino, o fruto de sua luta, vê apenas fracasso e ruína. Levara as multidões a crer que a cidade de Deus seria fácil presa; mas sabe que isto é falso. Reiteradas vezes, no transcurso do grande conflito, foi ele derrotado e obrigado a capitular. Conhece muito bem o poder e majestade do Eterno.
O objetivo do grande rebelde foi sempre justificar-se, e provar ser o governo divino responsável pela rebelião. A esse fim aplicou todo o poder de seu pujante intelecto. Trabalhou deliberada e sistematicamente, e com maravilhoso êxito, levando vastas multidões a aceitar seu modo de ver quanto ao grande conflito que há tanto tempo se vem desenvolvendo. Durante milhares de anos esse chefe conspirador tem apresentado a falsidade em lugar da verdade. Mas agora chegado é o tempo em que a rebelião deve ser finalmente derrotada, e descobertos a história e caráter de Satanás. Em seu último e grande esforço para destronar a Cristo, destruir Seu povo e tomar posse da cidade de Deus, o arquienganador foi completamente desmascarado. Os que a ele se uniram, vêem o fracasso completo de sua causa. Os seguidores de Cristo e os anjos leais contemplam a extensão total de suas maquinações contra o governo de Deus. É ele objeto de aversão universal.
Satanás vê que sua rebelião voluntária o inabilitou para o Céu. Adestrou suas faculdades para guerrear contra Deus; a pureza, paz e harmonia do Céu ser-lhe-iam suprema tortura. Suas acusações contra a misericórdia e justiça de Deus silenciaram agora. A exprobração que se esforçou por lançar sobre Jeová repousa inteiramente sobre ele. E agora Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença.


"Quem Te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque só Tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de Ti, porque os Teus juízos são manifestos." Apoc. 15:4. Todas as questões sobre a verdade e o erro no prolongado conflito foram agora esclarecidas. Os resultados da rebelião, os frutos de se porem de parte os estatutos divinos, foram patenteados à vista de todos os seres criados. Os resultados do governo de Satanás em contraste com o de Deus, foram apresentados a todo o Universo. As próprias obras de Satanás o condenaram. A sabedoria de Deus, Sua justiça e bondade, acham-se plenamente reivindicadas. Vê-se que toda a Sua ação no grande conflito foi orientada com respeito ao bem eterno de Seu povo, e ao bem de todos os mundos que criou. "Todas as Tuas obras Te louvarão, ó Senhor, e os Teus santos Te bendirão." Sal. 145:10. A história do pecado permanecerá por toda a eternidade como testemunha de que à existência da lei de Deus se acha ligada a felicidade de todos os seres por Ele criados. À vista de todos os fatos do grande conflito, o Universo inteiro, tanto os que são fiéis como os rebeldes, de comum acordo declara: "Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos."


Perante o Universo foi apresentado claramente o grande sacrifício feito pelo Pai e o Filho em prol do homem. É chegada a hora em que Cristo ocupa a Sua devida posição, sendo glorificado acima dos principados e potestades, e sobre todo o nome que se nomeia. Foi pela alegria que Lhe estava proposta - a fim de poder trazer muitos filhos à glória - que Ele suportou a cruz e desprezou a ignomínia. E por inconcebivelmente grande que tivessem sido a tristeza e a ignomínia, todavia maiores são a alegria e a glória. Ele olha para os remidos, renovados em Sua própria imagem, trazendo cada coração a impressão perfeita do divino, refletindo cada rosto a semelhança de seu Rei. Contempla neles o resultado das fadigas de Sua alma, e fica satisfeito. Então, com voz que atinge as multidões congregadas dos justos e ímpios, declara: "Eis a aquisição de Meu sangue! Por estes sofri, por estes morri, a fim de que pudessem morar em Minha presença pelas eras eternas." E sobe o cântico de louvor dos que estão vestidos de branco em redor do trono: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças." Apoc. 5:12.


Apesar de ter sido Satanás constrangido a reconhecer a justiça de Deus e a curvar-se à supremacia de Cristo, seu caráter permanece sem mudança. O espírito de rebelião, qual poderosa torrente, explode de novo. Cheio de frenesi, decide-se a não capitular no grande conflito. Chegado é o tempo para uma última e desesperada luta conta o Rei do Céu. Arremessa-se para o meio de seus súditos e esforça-se por inspirá-los com sua fúria, incitando-os a uma batalha imediata. Mas dentre todos os incontáveis milhões que seduziu à rebelião, ninguém há agora que lhe reconheça a supremacia. Seu poder chegou ao fim. Os ímpios estão cheios do mesmo ódio a Deus, o qual inspira Satanás; mas vêem que seu caso é sem esperança, que não podem prevalecer contra Jeová. Sua ira se acende contra Satanás e os que foram seus agentes no engano, e com furor de demônios voltam-se contra eles.


Diz o Senhor: "Pois que estimas o teu coração, como se fora o coração de Deus, eis que Eu trarei sobre ti estranhos, os mais formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplandor. À cova te farão descer." "E te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. ... Por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. ... E te tornei em cinza sobre a Terra, aos olhos de todos os que te vêem. ... Em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre." Ezeq. 28:6-8, 16-19.


"Toda a armadura daqueles que pelejam com ruído, e os vestidos que rolavam no sangue serão queimados, servirão de pasto ao fogo." "A indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o Seu furor sobre todo o exército delas: Ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança." "Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre, e vento tempestuoso; eis a porção do seu copo." Isa. 9:5; 34:2; Sal. 11:6. De Deus desce fogo do céu. A terra se fende. São retiradas as armas escondidas em suas profundezas. Chamas devoradoras irrompem de cada abismo hiante. As próprias rochas estão ardendo. Vindo é o dia que arderá como um forno. Os elementos fundem-se pelo vivo calor, e também a Terra e as obras que nela há são queimadas (Mal. 4:1; II Ped. 3:10). A superfície da Terra parece uma massa fundida - um vasto e fervente lago de fogo. É o tempo do juízo e perdição dos homens maus - "dia da vingança do Senhor, ano de retribuições pela luta de Sião". Isa. 34:8.


Os ímpios recebem sua recompensa na Terra (Prov. 11:31). "Serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos." Mal. 4:1. Alguns são destruídos em um momento, enquanto outros sofrem muitos dias. Todos são punidos segundo as suas ações. Tendo sido os pecados dos justos transferidos para Satanás, tem ele de sofrer não somente pela sua própria rebelião, mas por todos os pecados que fez o povo de Deus cometer. Seu castigo deve ser muito maior do que o daqueles a quem enganou. Depois que perecerem os que pelos seus enganos caíram, deve ele ainda viver e sofrer. Nas chamas purificadoras os ímpios são finalmente destruídos, raiz e ramos - Satanás a raiz, seus seguidores os ramos. A penalidade completa da lei foi aplicada; satisfeitas as exigências da justiça; e o Céu e a Terra, contemplando-o, declaram a justiça de Jeová.


Está para sempre terminada a obra de ruína de Satanás. Durante seis mil anos efetuou a sua vontade, enchendo a Terra de miséria e causando pesar por todo o Universo. A criação inteira tem igualmente gemido e estado em dores de parto. Agora as criaturas de Deus estão para sempre livres de sua presença e tentações. "Já descansa, já está sossegada toda a Terra! exclamam [os justos] com júbilo." Isa. 14:7. E uma aclamação de louvor e triunfo sobe de todo o Universo fiel. "A voz de uma grande multidão", "como a voz de muitas águas, e a voz de fortes trovões", é ouvida, dizendo: "Aleluia! pois o Senhor Deus onipotente reina." Apoc. 19:6.


Enquanto a Terra está envolta nos fogos da destruição, os justos habitam em segurança na Santa Cidade. Sobre os que tiveram parte na primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder. Ao mesmo tempo em que Deus é para os ímpios um fogo consumidor, é para o Seu povo tanto Sol como Escudo (Apoc. 20:6; Sal. 84:11).
"Vi um novo céu, e uma nova Terra. Porque já o primeiro céu e a primeira Terra passaram." Apoc. 21:1. O fogo que consome os ímpios, purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removido. Nenhum inferno a arder eternamente conservará perante os resgatados as terríveis conseqüências do pecado.


Apenas uma lembrança permanece: nosso Redentor sempre levará os sinais de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em Seu lado, em Suas mãos e pés, estão os únicos vestígios da obra cruel que o pecado efetuou. Diz o profeta, contemplando Cristo em Sua glória: "Raios brilhantes saíam da Sua mão, e ali estava o esconderijo da Sua força." Hab. 3:4. Suas mãos, Seu lado ferido donde fluiu a corrente carmesim, que reconciliou o homem com Deus - ali está a glória do Salvador, ali está "o esconderijo da Sua força". "Poderoso para salvar" mediante o sacrifício da redenção, foi Ele, portanto, forte para executar justiça sobre aqueles que desprezaram a misericórdia de Deus. E os sinais de Sua humilhação são a Sua mais elevada honra; através das eras intérminas os ferimentos do Calvário Lhe proclamarão o louvor e declararão o poder.
"E a ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio." Miq. 4:8. Chegado é o tempo, para o qual santos homens têm olhado com anseio desde que a espada inflamada vedou o Éden ao primeiro par - tempo "para a redenção da possessão de Deus". Efés. 1:14. A Terra, dada originariamente ao homem como seu reino, traída por ele às mãos de Satanás, e tanto tempo retida pelo poderoso adversário, foi recuperada pelo grande plano da redenção. Tudo que se perdera pelo pecado foi restaurado. "Assim diz o Senhor ... que formou a Terra, e a fez; Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada." Isa. 45:18. O propósito original de Deus na criação da Terra cumpre-se, ao fazer-se ela a eterna morada dos remidos. "Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre." Sal. 37:29.


Um receio de fazer com que a herança futura pareça demasiado material tem levado muitos a espiritualizar as mesmas verdades que nos levam a considerá-la nosso lar. Cristo afirmou a Seus discípulos haver ido preparar moradas para eles na casa de Seu Pai. Os que aceitam os ensinos da Palavra de Deus não serão totalmente ignorantes com respeito à morada celestial. E, contudo, "as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam". I Cor. 2:9. A linguagem humana não é adequada para descrever a recompensa dos justos. Será conhecida apenas dos que a contemplarem. Nenhum espírito finito pode compreender a glória do Paraíso de Deus.


Na Bíblia a herança dos salvos é chamada um país (Heb. 11:14-16). Ali o Pastor celestial conduz Seu rebanho às fontes de águas vivas. A árvore da vida produz seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Existem torrentes sempre a fluir, claras como cristal, e ao lado delas, árvores ondeantes projetam sua sombra sobre as veredas preparadas para os resgatados do Senhor. Ali as extensas planícies avultam em colinas de beleza, e as montanhas de Deus erguem seus altivos píncaros. Nessas pacíficas planícies, ao lado daquelas correntes vivas, o povo de Deus, durante tanto tempo peregrino e errante, encontrará um lar.
"O meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso." "Nunca mais se ouvirá de violência na tua Terra, de desolação ou destruição nos teus termos; mas aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas louvor." "Edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; ... os Meus eleitos gozarão das obras das suas mãos." Isa. 32:18; 60:18; 65:21 e 22.


Ali, "o deserto e os lugares secos se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa". "Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta." Isa. 35:1; 55:13. "E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, ... e um menino pequeno os guiará." "Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da Minha santidade", diz o Senhor. Isa. 11:6 e 9.


A dor não pode existir na atmosfera do Céu. Ali não mais haverá lágrimas, cortejos fúnebres, manifestações de pesar. "Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, ... porque já as primeiras coisas são passadas." Apoc. 21:4. "E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absorvido da sua iniqüidade." Isa. 33:24.


Ali está a Nova Jerusalém, a metrópole da nova Terra glorificada, como "uma coroa de glória na mão do Senhor e um diadema real na mão de teu Deus". Isa. 62:3. "Sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como cristal resplandecente." "As nações andarão à sua luz; e os reis da Terra trarão para ela a sua glória e honra." Apoc. 21:11 e 24. Diz o Senhor: "Folgarei em Jerusalém, e exultarei no Meu povo." Isa. 65:19. "Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus." Apoc. 21:3.


Na cidade de Deus "não haverá noite". Ninguém necessitará ou desejará repouso. Não haverá cansaço em fazer a vontade de Deus e oferecer louvor a Seu nome. Sempre sentiremos a frescura da manhã, e sempre estaremos longe de seu termo. "Não necessitarão de lâmpada nem de luz do Sol, porque o Senhor Deus os alumia." Apoc. 22:5. A luz do Sol será sobrepujada por um brilho que não é ofuscante e, contudo, suplanta incomensuravelmente o fulgor de nosso Sol ao meio-dia. A glória de Deus e do Cordeiro inunda a santa cidade, com luz imperecível. Os remidos andam na glória de um dia perpétuo, independentemente do Sol.


"Nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro." Apoc. 21:22. O povo de Deus tem o privilégio de entreter franca comunhão com o Pai e o Filho. "Agora vemos por espelho em enigma." I Cor. 13:12. Contemplamos a imagem de Deus refletida como que em espelho, nas obras da Natureza e em Seu trato com os homens; mas então O conheceremos face a face, sem um véu obscurecedor de permeio. Estaremos em Sua presença, e contemplaremos a glória de Seu rosto.


Ali os remidos conhecerão como são conhecidos. O amor e simpatias que o próprio Deus plantou na alma, encontrarão ali o mais verdadeiro e suave exercício. A comunhão pura com os seres santos, a vida social harmoniosa com os bem-aventurados anjos e com os fiéis de todos os tempos, que lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, os sagrados laços que reúnem "toda a família nos Céus e na Terra" (Efés. 3:15) - tudo isto concorre para constituir a felicidade dos remidos.


Ali, mentes imortais contemplarão, com deleite que jamais se fatigará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime. Ali não haverá nenhum adversário cruel, enganador, para nos tentar ao esquecimento de Deus. Todas as faculdades se desenvolverão, ampliar-se-ão todas as capacidades. A aquisição de conhecimentos não cansará o espírito nem esgotará as energias. Ali os mais grandiosos empreendimentos poderão ser levados avante, alcançadas as mais elevadas aspirações, as mais altas ambições realizadas; e surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objetivos a aguçar as faculdades do espírito, da alma e do corpo.


Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Livres da mortalidade, alçarão vôo incansável para os mundos distantes - mundos que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana, e ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma alma resgatada. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não-caídos. Participam dos tesouros do saber e entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de Deus. Com visão desanuviada olham para a glória da criação, achando-se sóis, estrelas e sistemas planetários, todos na sua indicada ordem, a circular em redor do trono da Divindade. Em todas as coisas, desde a mínima até à maior, está escrito o nome do Criador, e em todas se manifestam as riquezas de Seu poder.


E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais aprendem os homens acerca de Deus, mais Lhe admiram o caráter. Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados fremirá com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor.


"E ouvi a toda a criatura que está no Céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre." Apoc. 5:13.
O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor.

CAP. 41 - A Desolação da Terra

"Os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus Se lembrou das iniqüidades dela." "No cálice em que vos deu de beber dai-lhe a ela em dobro. Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, dai-lhe outro tanto em tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as pragas, a morte, e o pranto e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga. E os reis da Terra, que se prostituíram com ela, e viveram em delicias, a chorarão, e sobre ela prantearão, ... dizendo: Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu juízo." Apoc. 18:5-10.

"Os mercadores da Terra" que "se enriqueceram com a abundância de suas delícias", "estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai, ai, daquela grande cidade! que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas." Apoc. 18:3, 15 e 16.
Tais são os juízos que caem sobre Babilônia, no dia da ira de Deus. Ela encheu a medida de sua iniqüidade; veio o seu tempo; está madura para a destruição.
Quando a voz de Deus põe fim ao cativeiro de Seu povo, há um terrível despertar daqueles que tudo perderam no grande conflito da vida. Enquanto perdurou o tempo da graça, estiveram cegos pelos enganos de Satanás, e desculpavam sua conduta de pecado. Os ricos se orgulhavam de sua superioridade sobre aqueles que eram menos favorecidos; mas obtiveram suas riquezas violando a lei de Deus. Negligenciaram alimentar o faminto, vestir o nu, tratar com justiça e amar a misericórdia. Procuraram exaltar-se, e obter a homenagem de seus semelhantes. Agora estão despojados de tudo que os fazia grandes, e se encontram desamparados e indefesos. Olham com terror para a destruição dos ídolos que antepuseram ao seu Criador. Venderam a alma em troca das riquezas e gozos terrestres, e não procuraram enriquecer para com Deus. O resultado é que sua vida foi um fracasso; seus prazeres agora se transformaram em amargura, seus tesouros em corrupção. Os .ganhos de uma vida inteira foram em um momento varridos. Os ricos lastimam a destruição de suas soberbas casas, a dispersão de seu ouro e prata. Mas suas lamentações silenciam pelo temor de que eles próprios devem perecer, juntamente com seus ídolos.


Os ímpios estão cheios de pesar, não por causa de sua pecaminosa negligência para com Deus e seus semelhantes, mas porque Deus venceu. Lamentam que o resultado seja o que é; mas não se arrependem de sua impiedade. Se pudessem, não deixariam de experimentar todo e qualquer meio para vencer.


O mundo vê aqueles dos quais zombaram e escarneceram, e que desejaram exterminar, passarem ilesos através das pestilências, tempestades e terremotos. Aquele que é para os transgressores de Sua lei um fogo devorador, é para o Seu povo um seguro pavilhão.


O ministro que sacrificara a verdade a fim de alcançar o favor dos homens, percebe agora o caráter e influência de seus ensinos. É evidente que os olhos oniscientes o estiveram acompanhando enquanto se achava ao púlpito, enquanto andava pelas ruas, enquanto se confundia com os homens nas várias cenas da vida. Toda emoção da alma, toda linha escrita, cada palavra pronunciada, todo ato que levava os homens a descansar em um refúgio de falsidade, esteve a espalhar sementes; e agora, nas infelizes e perdidas almas em redor dele, contempla a colheita.


Diz o Senhor: "Curam a ferida da filha de Meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz, quando não há paz." "Entristecestes o coração do justo com falsidade, não o havendo Eu entristecido, e esforçastes as mãos do ímpio, para que não se desviasse do seu mau caminho, e vivesse." Jer. 8:11; Ezeq. 13:22.


"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do Meu pasto. ... Eis que visitarei sobre vós a maldade de vossas ações." "Uivai, pastores, e clamai, e rebolai-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos ... E não haverá fugida para os pastores, nem salvamento para os principais do rebanho." Jer. 23:1 e 2; 25:34 e 35.
Ministros e povo vêem que não mantiveram a devida relação para com Deus. Vêem que se rebelaram contra o Autor de toda lei reta e justa. A rejeição dos preceitos divinos deu origem a milhares de fontes para males, discórdias, ódio, iniqüidade, até que a Terra se tornou um vasto campo de contenda, um poço de corrupção. Este é o quadro que ora se apresenta aos que rejeitaram a verdade e preferiram acalentar o erro. Nenhuma linguagem pode exprimir o anelo que o desobediente, o desleal experimenta por aquilo que para sempre perdeu: a vida eterna. Homens que o mundo adorou pelos talentos e eloqüência vêem agora estas coisas sob a sua verdadeira luz. Compenetram-se do que perderam pela transgressão, e caem aos pés daqueles de cuja fidelidade zombaram, com menosprezo, confessando que Deus os amou.
O povo vê que foi iludido. Um acusa ao outro de o ter levado à destruição; todos, porém, se unem em acumular suas mais amargas condenações contra os ministros. Pastores infiéis profetizaram coisas agradáveis, levaram os ouvintes a anular a lei de Deus e a perseguir os que a queriam santificar. Agora, em seu desespero, esses ensinadores confessam perante o mundo sua obra de engano. As multidões estão cheias de furor. "Estamos perdidos!" exclamam; "e vós sois a causa de nossa ruína"; e voltam-se contra os falsos pastores. Aqueles mesmos que mais os admiravam, pronunciarão as mais terríveis maldições sobre eles. As mesmas mãos que os coroavam de lauréis, levantar-se-ão para destruí-los. As espadas que deveriam matar o povo de Deus, são agora empregadas para exterminar os seus inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.


"Chegará o estrondo até à extremidade da Terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada." Jer. 25:31. Seis mil anos esteve em andamento o grande conflito; o Filho de Deus e Seus mensageiros celestiais estavam em conflito com o poder do maligno, a fim de advertir, esclarecer e salvar os filhos dos homens. Agora todos fizeram sua decisão; os ímpios uniram-se completamente a Satanás em sua luta contra Deus. Chegado é o tempo para Deus reivindicar a autoridade de Sua lei que fora desprezada. Agora a controvérsia não é somente com Satanás, mas também com os homens. "O Senhor tem contenda com as nações"; "os ímpios entregará à espada".


O sinal de livramento foi posto sobre aqueles "que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem". Agora sai o anjo da morte, representado na visão de Ezequiel pelos homens com as armas destruidoras, aos quais é dada a ordem: "Matai velhos, mancebos, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo Meu santuário." Diz o profeta: "E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa." Ezeq. 9:1-6. A obra de destruição se inicia entre os que professaram ser os guardas espirituais do povo. Os falsos vigias são os primeiros a cair. Ninguém há de quem se compadecer ou a quem poupar. Homens, mulheres, donzelas e criancinhas perecem juntamente.


"O Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da Terra, por causa da sua iniqüidade, e a Terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais aqueles que foram mortos." Isa. 26:21. "E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando eles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca. Naquele dia também acontecerá que haverá uma grande perturbação do Senhor entre eles; porque pegará cada um na mão do seu companheiro, e alçar-se-á a mão de cada um contra a mão de seu companheiro." Zac. 14:12 e 13. Na desvairada contenda de suas próprias e violentas paixões, e pelo derramamento terrível da ira de Deus sem mistura, sucumbem os ímpios habitantes da Terra - sacerdotes, governadores e povo, ricos e pobres, elevados e baixos. "E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da Terra até à outra extremidade da Terra; não serão pranteados nem recolhidos, nem sepultados." Jer. 25:33.
Por ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a Terra: consumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores. "Eis que o Senhor esvazia a Terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores." "De todo se esvaziará a Terra, e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra." "Porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a Terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso serão queimados os moradores da Terra." Isa. 24:1, 3, 4 e 6.


A Terra inteira se parece com um deserto assolado. As ruínas das cidades e vilas destruídas pelo terremoto, árvores desarraigadas, pedras escabrosas arrojadas pelo mar ou arrancadas da própria Terra, espalham-se pela sua superfície, enquanto vastas cavernas assinalam o lugar em que as montanhas foram separadas da sua base.
Ocorre agora o acontecimento prefigurado na última e solene cerimônia do dia da expiação. Quando se completava o ministério no lugar santíssimo, e os pecados de Israel eram removidos do santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o bode emissário era então apresentado vivo perante o Senhor; e na presença da congregação o sumo sacerdote confessava sobre ele "todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados", pondo-os sobre a cabeça do bode. Lev. 16:21. Semelhantemente, ao completar-se a obra de expiação no santuário celestial, na presença de Deus e dos anjos do Céu e do exército dos remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus; declarar-se-á ser ele o culpado de todo o mal que os fez cometer. E assim como o bode emissário era enviado para uma terra não habitada, Satanás será banido para a Terra desolada, que se encontrará como um deserto despovoado e horrendo.

O escritor do Apocalipse prediz o banimento de Satanás, e a condição de caos e desolação a que a Terra deve ser reduzida; e declara que tal condição existirá durante mil anos. Depois de apresentar as cenas da segunda vinda do Senhor e da destruição dos ímpios, continua a profecia: "Vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo." Apoc. 20:1-3.


Que a expressão "abismo" representa a Terra em estado de confusão e trevas, é evidente de outras passagens. Relativamente à condição da Terra "no princípio", o relato bíblico diz que "era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo". Gên. 1:2. A profecia ensina que ela voltará, em parte ao menos, a esta condição. Olhando ao futuro para o grande dia de Deus, declara o profeta Jeremias: "Observei a Terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas." Jer. 4:23-26.
Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, não terá acesso a outros mundos, para tentar e molestar os que jamais caíram. É neste sentido que ele está amarrado: ninguém ficou de resto, sobre quem ele possa exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que durante tantos séculos foi seu único deleite.


O profeta Isaías, vendo antecipadamente o tempo da queda de Satanás, exclama: "Como caíste do Céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao Céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. ... Serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a Terra, e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? que a seus cativos não deixava ir soltos para suas casas?" Isa. 14:12-17.


Durante seis mil anos a obra de rebelião de Satanás tem feito "estremecer a Terra". Ele tornou "o mundo como um deserto", e destruiu "as suas cidades". E "a seus cativos não deixava ir soltos". Durante seis mil anos o seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele os queria conservar cativos para sempre; mas Cristo quebrou os seus laços, pondo em liberdade os prisioneiros.
Mesmo os ímpios agora se acham colocados fora do poder de Satanás, e sozinho, com seus anjos maus, permanecerá ele a compenetrar-se dos efeitos da maldição que o pecado acarretou. Todos os reis das nações, todos eles jazem com honra cada um na sua casa [sepultura]. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável. ... Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo." Isa. 14:18-20.


Durante mil anos Satanás vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante este tempo os seus sofrimentos serão intensos. Desde a sua queda, a sua vida de incessante atividade baniu a reflexão; agora, porém, está ele despojado de seu poder e entregue a si mesmo para contemplar a parte que desempenhou desde que a princípio se rebelou contra o governo do Céu, e para aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível em que deverá sofrer por todo o mal que praticou, e ser punido pelos pecados que fez com que fossem cometidos.


Ao povo de Deus o cativeiro de Satanás trará alegria e júbilo. Diz o profeta: "Acontecerá que no dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, e do teu tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir, então proferirás este dito contra o rei de Babilônia [representando aqui Satanás], e dirás: Como cessou o opressor! ... Já quebrantou o Senhor o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores. Aquele que feria os povos com furor, com praga incessante, o que com ira dominava as nações, agora é perseguido, sem que alguém o possa impedir." Isa. 14:3-6.


Durante os mil anos entre a primeira e a segunda ressurreições, ocorre o julgamento dos ímpios. O apóstolo Paulo indica este juízo como um acontecimento a seguir-se ao segundo advento. "Nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações." I Cor. 4:5. Daniel declara que quando veio o Ancião de Dias, "foi dado o juízo aos santos do Altíssimo". Dan. 7:22. Nesse tempo os justos reinam como reis e sacerdotes de Deus. João, no Apocalipse, diz: "Vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar." "Serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele mil anos." Apoc. 20:4 e 6. É nesse tempo que, conforme foi predito por Paulo, "os santos hão de julgar o mundo". I Cor. 6:2. Em união com Cristo julgam os ímpios, comparando seus atos com o código - a Escritura Sagrada, e decidindo cada caso segundo as ações praticadas no corpo. Então é determinada a parte que os ímpios devem sofrer, segundo suas obras; e registrada em frente ao seu nome, no livro da morte.


Igualmente Satanás e os anjos maus são julgados por Cristo e Seu povo. Diz Paulo: "Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?" I Cor. 6:3. E Judas declara que aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia". Jud. 6.


Ao fim dos mil anos ocorrerá a segunda ressurreição. Então os ímpios ressuscitarão dos mortos, comparecendo perante Deus para a execução do "juízo escrito". Assim, o escritor do Apocalipse, depois de descrever o ressurgir dos justos, diz: "Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram." Apoc. 20:5. A respeito dos ímpios Isaías declara: "Serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere, e serão visitados depois de muitos dias." Isa. 24:22.

O Conflito Final

"A inimizade de Satanás para com Cristo manifestou-se contra os Seus seguidores. (...) No grande conflito final, como em todas as eras anteriores, Satanás empregará os mesmos expedientes, manifestará o mesmo espírito, e trabalhará para o mesmo fim. Aquilo que foi, será, com a exceção de que a luta vindoura se assinalará por uma intensidade terrível, tal como o mundo jamais testemunhou. Os enganos de Satanás serão mais sutis, seus assaltos mais decididos. Se possível fora, transviaria os escolhidos. (S. Marcos 13:22.) À medida que o Espírito de Deus me ia revelando à mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado delineando a história do conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a lançar luz sobre a luta do futuro, em rápida aproximação. (...) Nestes relatos podemos ver uma prefiguração do conflito perante nós. Olhando-os à luz da Palavra de Deus, e pela iluminação de Seu Espírito, podemos ver a descoberto os ardis do maligno e os perigos que deverão evitar os que serão achados "irrepreensíveis" diante do Senhor em Sua vinda."
Ellen White, trecho retirado da introdução.


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DESTAQUES DO CAP. 3:



O paganismo tornou-se vencedor

"Pouco a pouco, a princípio furtiva e silenciosamente, e depois mais às claras, à medida em que crescia em força e conquistava o domínio da mente das pessoas, o mistério da iniqüidade levou avante sua obra de engano e blasfêmia. Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas.

A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. Progredia rapidamente a obra de corrupção. O paganismo, conquanto parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito dominava a igreja. Suas doutrinas, cerimônias e superstições incorporaram-se à fé e culto dos professos seguidores de Cristo." E.W. (trecho retirado do cap. 3)

O "homem do pecado"

"Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou no desenvolvimento do "homem do pecado", predito na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do poder de Satanás - monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade." E.W. (trecho retirado do cap. 3).